sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Por tudo e em todo tempo, Deus seja louvado. Ele fez e faz bem todas as coisas. Assim, como filhos e filhas do Criador, somos também chamados/as a reconhecer o bem, realizá-lo e difundi-lo por toda terra. Em tudo e em todo tempo, louvemos a Deus.


sábado, 6 de setembro de 2014

Notre Père (Pai-nosso)


Mon Dieu que tu es grand


Tous les anges du Mexique


Caminemos en su presencia

Caminemos en su presencia
Hno. Paulo Petry, fsc

“Vida Religiosa querida y llena de gracia:

pequeña y también sujeta a todos los vientos,
realidad frágil y fuerte; nunca terminada... ¡Sigue adelante!
En el momento oportuno Él hace nuevas siempre todas las cosas”. (Hna. Ana Roy, AS)


Nosotros, Hermanos de las Escuelas Cristianas, enmarcados por la alegría de la consagración y por la esperanza pascual, atendemos al llamado del Superior General y su Consejo para el 45º Capítulo General, realizado en Roma durante todo el período Pascual hasta Pentecostés del 2014, con el tema: Esta obra de Dios es también la nuestra. Iluminados por dos íconos, uno lasallista y otro bíblico, los capitulares fuimos invitados a ponernos a camino, haciendo el itinerario, tal como lo hizo nuestro Santo Fundador que se vio interpelado por sus Hermanos, y como lo hicieron los discípulos de Emaús provocados por el Señor resucitado.
Concluido el Capítulo, sigue el camino, y no solo para los capitulares que se devolvieron a sus Regiones, Distritos y Comunidades, sino para todos los lasallistas, que vamos a vivir las propuestas, proyectos y planes que nacen del 45º Capítulo General.
Aquí en América Latina y El Caribe, principalmente, nosotros los Hermanos, en el camino que nos toca recorrer, nos sentimos en comunión con la Vida Religiosa Consagrada, presente en nuestro continente y en todo en el mundo, en comunión con la Iglesia y con las diversas realidades de nuestros países, en un tiempo singular de cambios paradigmáticos, pluralismo religioso, grandes exigencias educacionales y emergencias de nuevos sujetos sociales y culturales.
Bajo la luz de la Palabra de Dios y muy atentos a los signos de los tiempos, somos hoy provocados: por las reflexiones y escucha de la realidad de la RELAL; por los documentos del 45º CG que pronto saldrán publicados oficialmente; por la vida misionera en nuestro continente y en otras partes del mundo donde el Instituto nos conduzca; por los clamores de la juventud y de la niñez que creativamente manifiestan sus alegrías, luchas, conquistas y desilusiones; por los Hermanos que son capaces de ofrecer la propia vida como testigos de los valores del Reino; por los seglares que entregan su vida como lasallistas comprometidos con la misión de educar y evangelizar. En este camino, pos-capitular somos todos interpelados a conversar sobre nuestro ser, sobre los proyectos, posibles pérdidas, nuestras esperanzas y aparentes fracasos, tal como lo hicieron los de Emaús al caminar con Jesús. Tal como lo hicieron los primeros Hermanos al ordenar a La Salle que volviera de Parmenia.
La presencia del Señor, el peregrino de Emaús, durante el 45º CG, es la misma presencia que nos acompaña en nuestro caminar latinoamericano y caribeño. El que nos hace arder el corazón, también nos remite a la experiencia de la cruz como camino hacia la resurrección. Es igualmente Él quien nos ayuda a percibir que en la Vida Religiosa, los Hermanos de La Salle necesitamos mantener la mística y la profecía como respuesta de fidelidad a Dios y frente a los nuevos retos al mundo de hoy.
¡Somos lasallistas! Entre el final de una jornada y el inicio de la noche, invitamos al peregrino de Emaús y a San Juan Bautista de La Salle a que permanezcan con nosotros, y que con ellos podamos vivir un encuentro más profundo que envuelva espacio y corazón.
En el compartir del pan, Jesús se dio a conocer y la alegría pascual nos ha envuelto. Desde el 45º CG somos también en AL y El Caribe interpelados. ¡Levantémonos y caminemos! Asumamos nuestra identidad lasallista en la Iglesia, en la Vida Religiosa Consagrada y en el mundo. Anunciemos la alegría de la Resurrección y la verdad del Evangelio, eduquemos a los que nos son confiados. Eduquemos y comuniquemos con el corazón, con las manos y con los pies que Jesús crucificado y resucitado está entre nosotros y se deja encontrar en los pobres. Él se revela a través del diálogo intercultural e interreligioso, se revela donde la vida clama y donde se defiende la vida, Él se revela de modo especial a través de la Palabra.
Que tengamos la osadía del Espíritu y que, a través del estudio de los documentos capitulares, podamos hacer una relectura del camino, podamos humanizar más nuestras relaciones, recrear la comunidad, intensificar nuestra oración y diálogo con el Señor, en la certeza de Su compañía y cercanía, partir a la misión.
“Creo que Dios nos quiere dar, en cada angustia, la suficiente fuerza que necesitamos. Pero no la da con antelación para que contemos también con nosotros mismos. Con esta fe, todo miedo al futuro debería ser superado”. (Dietrich Bonhoeffer)

Con la fe y la esperanza puestas en el Señor, seguro que haremos de las propuestas del 45º Capítulo General, un camino digno de ser recorrido por los que nos consagramos como discípulos suyos, un camino de vida para muchos.

Os padres - Ave Maria


quarta-feira, 12 de março de 2014



Não importa a idade, o importante é soar bem!
Isto somente é possível quando estamos afinados
com a proposta do Deus da Vida para conosco.
Diga sim ao Deus da Vida, o único absoluto em nosso existir.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Maria Santíssima e nossa Consagração Religiosa



O texto abaixo é a tradução, feita pelo Irmão Arnaldo Mário Hillebrand, de uma mensagem do nosso Superior Geral Irmão Álvaro Rodríguez Echeverría a Religiosos e Religiosas (Ele foi o presidente da USG - União dos Superiores Gerais, durante vários anos). No dia 16 de agosto, domingo, comemora-se a solenidade da Assunção de Maria Santíssima, o mais novo dogma proclamado pela Igreja. É também o Dia dos Religiosos e das Religiosas, no mês das Vocações. Acreditamos que esse artigo possa servir para reflexões de todos que acreditam que Deus nos chama à vida e nos dá uma vocação.



A atitude de Maria na Visitação à sua prima Isabel e o Canto do Magnificat podem servir-nos de ponto de referência para uma reflexão sobre nossa consagração religiosa.


Maria, no mistério da Visitação, nos faz ver que o Deus que a escolheu para ser seu tabernáculo, no mistério da Encarnação, é o mesmo que a inspira para ir, com pressa, prestar serviços à sua prima necessitada. Em Maria, a consagração a Deus se traduz em serviço ao irmão. Para nós, do mesmo modo, consagrar-nos a Deus deve significar, sobretudo, entrega a quem necessita de nós. Amar a Deus e amar o próximo: estas são as duas dimensões fundamentais, assim como o são no Evangelho.

Maria, mulher do povo, simples e humilde, vive sua consagração a Deus atenta à realidade, próxima a seu povo. João Paulo II, aos religiosos e religiosas, expressou isto assim, em Caracas: “Na Virgem do Magnificat há duas maravilhosas fidelidades... Uma fidelidade a Deus e ao projeto de amor misericordioso dEle, e uma fidelidade ao povo de Deus. Sede vós, também, fiéis a Deus e a seu projeto. E sede fiéis ao povo de Deus!” (Caracas, 28 de janeiro de 1985). Nós somos convidados para isto!

Maria Santíssima em nossa vida espiritual
Com profundo carinho filial nós nos achegamos a Maria, nossa Mãe. Ela esteve tão presente a nós em nossa infância, no crescimento de nossa vocação, em nossas crises e esperanças! Ela é também a mãe do nosso Continente, ao qual visita com pés descalços e tez morena e até mesmo preta. Modelo da inculturação da nossa fé. Maria, tão profundamente querida por nossos povos latino-americanos, talvez seja porque a figura materna está mais próxima e encarna melhor os valores de abnegação e de ternura, no povo predominantemente afetivo e sentimental, onde a mãe, muitas vezes, tem sido e é tudo.


Maria sempre tem sido a Rainha e a Mãe das Escolas Cristãs. Nosso Instituto foi instituído e se desenvolveu sob sua sombra maternal. O santo Fundador nos incita a “considerar Maria como a padroeira principal de nossa Sociedade. Por isso nos colocamos todos os dias sob seu amparo e proteção; desde o amanhecer até o entardecer; quando concluímos a nossa oração da manhã, e depois de cada um dos nossos exercícios comunitários. Recorremos a ela, porque depois de Deus, é em Maria que depositamos toda a nossa confiança” (Med. 151, 3).
Ela nos faz descobrir o valor, muitas vezes esquecido, do feminino. Maria aparece, sobretudo, como sacramento da ternura maternal de Deus.

Nossa sociedade está padecendo de uma mudança de centro de gravidade. De uma sociedade baseada no predomínio do masculino e da racionalidade, se está passando para uma sociedade centralizada na pessoa e no equilíbrio de suas qualidades.


A racionalidade marcou o mundo dos quatro últimos séculos, como o oposto da emoção, da subjetividade, do sentimento e da intuição. Tudo isto levou para uma infravalorização do feminino, porque se desdenha o irracional, o intuitivo, o emotivo.

Nossa fé concentrou em Maria a plena realização do feminino. Em Maria, o feminino aparece como caminho para Deus e revelação de Deus, porque, como afirmava João Paulo I: “Deus é Pai, mas sobretudo é Mãe”.

Por isso podemos dizer que as raízes do feminino se perdem em Deus, e Maria é a revelação, o sacramento, a antecipação escatológica de tal mistério de ternura. Aproximar-nos de Maria é conhecer melhor o ser de Deus.

O feminino nos faz ver o ser humano em outros termos. Até agora o mundo esteve mais fortemente marcado pelo masculino, a racionalidade, a força, a eficácia. Hoje estamos vivenciando os resultados desta maneira de ver. Neste contexto aparece o feminino como possibilidade de outra óptica marcada por relacionamentos mais fraternais, de mais ternura e solidariedade, mais contemplativos e em comunhão com a terra. A “Conferência de Pequim” (1) pôs em destaque muitos destes valores e, alguns dias antes, o Papa João Paulo II, afirmara que são os homens, e não as mulheres, aqueles que decretaram e realizaram as guerras, e, na alocução do “Ângelus” deu mostras de estar admirado pelo enorme enriquecimento de que a Igreja usufruirá quando a mulher puder desenvolver nela suas potencialidades.

Mas, Maria Santíssima não apenas se revela como ideal da mulher, mas de todo ser humano. Porque se Maria é a Mãe Puríssima, a Mãe Amável, a Rosa Mística, a Estrela da Manhã (qualidades femininas), Ela é também a Torre de Davi, o Espelho da Justiça, (atribuições masculinas).


Maria Santíssima aparece, pois, primeiramente como revelação de Deus. Um Deus que se compara com a mãe que consola, mãe incapaz de esquecer-se do filho de suas entranhas, que no final da história enxugará as lágrimas de nossos olhos. Maria acresce um elemento novo à Encarnação: “Neste sentido, o estado de Maria, de ser Mãe de Cristo e nossa mãe, explica algo da redenção de Cristo, um elemento que não está explicado, ele mesmo, na ação da redenção de Cristo, e que não pode sequer ser explicado nessa ação. Esse elemento é a qualidade feminina e maternal da bondade. Contudo, o homem Jesus como tal, não pôde manifestar essa generosidade, essa meiguice, esse carinho terno, esse «algo» próprio de u’a mãe. Uma manifestação assim só é possível num ser feminino e maternal. E Deus escolheu Maria para patentear em sua pessoa esta característica maternal” (Schillebeeckx).

Em segundo lugar, Maria é o ideal do ser humano: convite para vivenciar e redescobrir o valor do feminino em nossa pessoa e em nossa cultura. Nosso santo Fundador pessoalmente nos convida a isto, quando nos pede que unamos à firmeza do pai a ternura da mãe. E este aspecto simbólico não deve fazer que percamos o lado histórico de Maria, porque Ela também foi uma aldeã, a esposa do carpinteiro José, a virgem mãe do também carpinteiro Jesus, a mulher atenta às necessidades dos outros, a mulher forte ao pé da cruz, a mãe jubilosa do Ressuscitado, a companheira dos apóstolos no Pentecostes.

Neste sentido, no Documento de Santo Domingo é asseverado: “Maria, a mulher solícita ante a necessidade surgida nas bodas de Caná, é modelo e figura da Igreja em face de toda e qualquer forma de necessidade humana (cf. Jo 2,3ss). Como a Maria, Jesus recomenda à Igreja que se preocupe pelo cuidado maternal da humanidade, sobretudo daqueles que sofrem” (cf. Jo 19,26-27).

Por isso, Maria é também a esperança do povo. Esperança e causa de sua alegria. Seguindo neste ponto o Irmão Noé Zevallos, podemos dizer que, em Maria, nos é possível encontrar tudo aquilo que desejamos ser. Queremos ser pessoas, livres, construir um mundo isento de egoísmos, estar do lado dos pobres e inspirar-lhes esperança. Maria realizou tudo isto integrando as tensões mais dolorosas e os conflitos com sua visão clara da Vontade de Deus. O Papa Paulo VI escreveu:

“Para o homem contemporâneo, - não raro atormentado entre a angústia e a esperança, prostrado mesmo pela sensação das próprias limitações e assaltado por aspirações sem limites, perturbado na mente e dividido em seu coração, com o espírito suspenso perante o enigma da morte, oprimido pela solidão e, simultaneamente, a tender para a comunhão, presa da náusea e do tédio, a bem-aventurada Virgem Maria contemplada no enquadramento das vicissitudes evangélicas em que interveio e na realidade que já alcançou na Cidade de Deus, proporciona-lhe uma visão serenadora e uma palavra tranquilizante: a da vitória da esperança sobre a angústia, da comunhão sobre a solidão, da paz sobre a perturbação da alegria e da beleza sobre o tédio e a náusea, das perspectivas eternas sobre as temporais e, enfim, da vida sobre a morte” (Marialis cultus, 57).

E, se Maria acompanhou Jesus nas alegrias (Caná), sem esquecer as expressões populares de fazer festa e recrear-se, também o acompanhou ao pé da cruz, depois de quase todos terem fugido. “Junto à cruz, Maria representa a dor da humanidade. Diz o profeta: Tua dor é profunda como o mar. - A pessoa que vive na dor, que participa dessa herança cruel da humanidade, encontra na Virgem Maria um modelo operativo para suportar a aflição e não sucumbir em face da angústia... E, nessa sexta-feira santa da humanidade, Maria ao pé da cruz, esperando contra toda esperança, representa a imensa e inesgotável confiança dos pobres(Irmão Noé Zevallos).



O “Sim” de Maria e nossa Consagração


“No Sim total que Maria disse a Deus, os Irmãos descobrem melhor o sentido da própria consagração” (R 76).


Possivelmente, em um dos textos mais belos do nosso santo Fundador sobre a Santíssima Virgem Maria, inspirado sobretudo no Magnificat, ele nos apresenta de uma maneira extraordinária, o que, com certeza, foi o cerne da consagração dEla a Deus desde o nascimento:
“Serviu-se de sua razão para adorar a Deus
e dar-lhe graças por todas as suas liberalidades.
Já então, consagrou-se totalmente a Ele,
para não viver, nem ter no resto de seus dias,
vida nem movimento, que não fossem do agrado dEle.
Humilhou-se profundamente no íntimo de sua alma,
reconhecendo que tudo o que nela se operava era devido a Deus.
Admirava em seu interior o que Deus operara nEla,
e dizia a si própria, o que depois publicou em seu
Cântico: Deus fez em mim maravilhas!

Olhando para dentro de si, e contemplando Deus morando ali,
maravilhada pela profusão com que o Criador
se havia derramado em sua criatura,
aceitou e se convenceu de que tudo nela
devia prestar tributo, honra e glória a Deus...

Se a Virgem Maria recebeu tal abundância de graças,
foi para que tornasse partícipes delas
todos os homens que recorrem à sua proteção...”
(Med. 163,3 – parafraseada pelo Irmão Noé Zevallos)


Neste texto podemos divisar um dúplice olhar de Maria. Um olhar para Deus: adorar, dar-Lhe graças, consagrar-se a Ele. Um olhar sobre si mesma: reconhecer, admirar, maravilhar-se. Percebemos como o ato de humildade se transforma em agradecimento, porque Deus operou nela maravilhas. E, nas linhas finais, a projeção salvífica de sua vida. Dimensões que, como Maria, nós devemos integrar na vivência de nossa consagração e em nossa oração.

O santo Fundador, a partir de Maria, também nos sugere outra maneira de vivenciarmos nossa consagração: estar abertos à Palavra, para poder comunicá-la aos outros, e assim sermos tabernáculos do Verbo de Deus, sacramentos de sua presença, assim como foi Maria:


“Honrai hoje a Santíssima Virgem Maria como o tabernáculo e o templo vivo que o próprio Deus construiu e adornou com as próprias mãos. Pedi a Maria que vos obtenha de Deus a graça de que vossa alma seja tão ornada e disposta a ouvir a Palavra de Deus e a comunicá-la aos outros, que, por sua intercessão, vos transformeis em tabernáculos do Verbo Divino” (Med. 191,3).

Conclusão


Maria, Sacramento da ternura maternal de Deus, ajuda-nos a penetrar cada dia mais profundamente no mistério do Absoluto que tu nos revelas; a perder-nos em Deus; a fazer de Deus o único necessário.


Maria, ideal do ser humano, ajuda-nos a despertar esses valores que tu encarnas e que nós temos esquecido. Assim, com tua ajuda, poderemos construir um mundo mais fraterno, mais solidário, menos egoísta, mais delicado, gratuito e desinteressado.

Maria, esperança do povo, dá-nos um coração sensível à dor e à pobreza; às necessidades das crianças, dos adolescentes e dos jovens que educamos. Ensina-nos a ler sinceramente o Evangelho de Jesus e traduzi-lo em vivência, no espírito radical das bem-aventuranças, e no risco total daquele amor que sabe dar a vida por aqueles a quem ama.



(1) A IV Conferência Mundial sobre a Mulher: Igualdade, Desenvolvimento e Paz foi um encontro organizado pelas Nações Unidas entre 4 e 15 de setembro de 1995 em Pequim, China. Participaram do evento 189 governos e mais de 5.000 representantes de 2.100 ONGs. Os principais temas tratados foram: O avanço e o empodeiramento da mulher em relação aos direitos humanos das mulheres; Mulher e pobreza; Mulher e tomada de decisões; A criança do sexo feminino; Violência contra a mulher.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Luz


Certa vez um mestre peregrino e seu jovem discípulo pararam para descansar de uma longa caminhada. Como era noite, acenderam uma pequena lamparina para iluminar a escuridão em volta. A luz era pequena, mas atraiu muitos insetos a sua volta. Curioso, o jovem discípulo, observando a quantidade de insetos em volta da lamparina, perguntou ao mestre:
- Mestre, por que tantos insetos rodeiam a luzinha com tanto desespero, por que alguns até caem mortos no chão e outros vão embora, por quê...?
O bondoso mestre, com a calma característica dos sábios, respondeu, vagarosamente:
- Meu filho, qualquer ser vivo sente necessidade da luz, por pequena que seja, ela traz calor, traz paz e traz a sensação de segurança. Assim são os pequenos insetos em volta da lamparina. Todos querem usufruir da mesma luz, do mesmo calor. Entretanto, como bem sabemos, existem aqueles que se contentam apenas com a luz próxima, pois sabem que não suportariam a intensidade se chegassem muito perto. Estes usufruem da luz e do calor, na distância ideal, e suprem suas necessidades de maneira equilibrada. Outros existem que não suportam a distância e querem tocar a luz, pois acreditam que apenas tocando a luz é que poderão senti-la e usufruir do seu poder. Estes acabam por ferir-se e até morrem diante da intensidade de calor que os atinge, por não estarem preparados para suportá-lo. Por fim, existem aqueles que acreditam que a luz é fraca demais para suas necessidades, e preferem afastar-se dela. Agora, meu filho, imagine que esta luz seja Deus e que os insetos sejam os seres humanos, em qual categoria você se colocaria?
- Acho que entre os que ficam à distância, para usufruir a presença de Deus.
- Muito bem pensado, Deus, apesar de ter se revelado em Jesus Cristo, ainda, está longe do nosso conhecimento, por isso, devemos apenas usufruir da sua luz e calor, já que Ele nos oferece suas bênçãos gratuitamente.
E adormeceram os dois, iluminados pela pequena lamparina. Que Deus ilumine seu caminho.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A serviço do Reino, Vem e Segue-me!


Irmão Paulo Petry, fsc

“Se o grão de trigo que cai em terra não morre, ele fica só; se, ao contrário, ele morrer, produzirá fruto em abundância” (Jo 12,24).


Ao recebermos o maior dom do Deus da vida, nós o recebemos para que se torne reflexo do amor infinito que Ele tem para com cada um em particular e pela humanidade como um todo. Este dom, o dom da vida, o recebemos pela bondade do Criador, que no-lo concedeu para sermos felizes e para que nos realizemos como seres únicos e ao mesmo tempo seres solidários. Portanto, é um dom que não podemos guardar de forma egoísta para nós mesmos, somos convocados(as) a nos transcender em busca do Único Absoluto – Autor de todo chamado vocacional. O dom da vocação precisa ser bem cuidado, cultivado com carinho e partilhado de forma solidária e fraterna.

Eis o fundamento de nosso ser: a vocação, o chamado primeiro que supõe nossa resposta. A vida é o primeiro chamado do Senhor. Respondendo positivamente a este, somos depois convidados a responder a outros chamados de Deus, que vão nos comprometendo pouco a pouco. É através destes chamados divinos e respostas humanas que vamos construindo, de forma solidária e fraterna, um mundo mais humano e mais divino, um mundo de paz, de justiça e de bondade.
Para assumir esta missão, a de construir um mundo melhor, ou dito de outra forma, para nos tornarmos co-criadores do mundo sonhado pelo Criador é que todos nós buscamos o modo de vida que nos permita viver intensamente a proposta divina de nossa existência. Esta proposta divina para a humanidade é a construção do reino de Deus na terra.
Já a proposta divina para cada ser humano em particular é única, pessoal e intransferível, e justamente por isto nem sempre fácil de ser compreendida e discernida. Desde cedo sentimos os apelos de Deus em nossa vida, sentimo-nos atraídos para ser desta ou daquela forma, para realizar esta ou aquela tarefa, para desempenhar uma ou outra missão. No entanto, por vezes, demoramos anos e anos até descobrir a nossa vocação. Na adolescência e principalmente na juventude é que a pessoa intensifica a busca de sua missão no mundo, o modo pelo qual irá responder ao chamado do Deus da vida. Nesta tarefa a pessoa necessita da ajuda dos outros, seja da palavra dos pais, da orientação de algum religioso ou religiosa, da palavra de um padre, do apoio dos amigos, dos questionamentos dos professores, dos diálogos com o mundo...
No intuito de oferecer aos adolescentes e aos jovens um testemunho vivo de consagração radical ao Senhor da Vida, os Irmãos Lassalistas realizam periodicamente encontros vocacionais. Através destes destacam a proposta de Jesus Cristo que interpela para uma vida plena a serviço do Reino de Deus. Ressaltam a importância dos estudos na vida do jovem... mas concomitantemente destacam o quão imperioso é descobrir os planos de Deus para a vida de cada estudante. Pois, somente ao assumir a vontade de Deus em nossa vida é que nos realizamos plenamente e podemos aspirar à auto-transcendência.
Com alegria, o Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs (Irmãos Lassalistas), cujo carisma é a formação humana e cristã da infância e da juventude, acolhe os jovens que sentem o chamado a consagrar-se ao Único Absoluto como educadores cristãos.
Cada mês, de 16 a 25, os Lassalistas fazem a Novena Vocacional. Una-se a eles, e na prece uníssona ao Deus da Vida, o Único Absoluto, o Senhor da Messe, para pedir que Ele envie operários generosos, dispostos, alegres, corajosos e de muita fé, para espalhar a boa semente do Reino de Deus neste mundo. Reconhecemos que a dimensão vocacional é definitivamente básica, fundamental e de importância vital na formação integral do ser humano. Que o Deus da vida abençoe a todos na missão que devemos assumir pessoal e comunitariamente nesta jornada que nos conduz ao Reino definitivo, que nos levará a conhecer mais e mais a bondade, a beleza, o bem e a verdade do Único Absoluto.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

À ternura de Maria


Com o Irmão Emílio, elevamos nosso "Salmo sobre a ternura de Maria, a Virgem", agradecendo o dom da vocação dela, que foi generosa na sua resposta, e soube ser radical, fiel e desprendida ao dizer seu SIM. Ilustramos este salmo com a imagem de Nossa Senhora da Estrela, aquela que, no mar da vida, aponta para o Único Absoluto, o autor de todo Chamado e Vocação.

Tu és, Maria, a experiência mais bela do Evangelho.
Em ti Deus se fez Boa Notícia para os homens.
És como a luz da aurora que abre caminho para o sol;
és essa estrela matutina que anucia o dia.
És a mulher jovem que entra no plano de Deus livre e alegre.
És estilo de vida, novo e fascinante na história;
és, Maria, a virgem bela e fecunda de Nazaré.

Meu coração se alegra ante tua presença luminosa;
meu coração procura no teu um caminho de verdade;
meu coração se abre à tua vida limpa e profunda;
meu coração procura em teus olhos um caminho de liberdade.
Sinto-me feliz porque és mãe e és virgem;
sinto-me feliz porque és como um lago profundo de paz;
sinto-me feliz porque és limpa como a luz das estrelas;
sinto-me feliz porque és livre como a água da fonte.

Eras jovem, Maria, quando revolucionastes a história;
eras jovem quando Deus, na ponta dos pés, bateu a tua porta;
eras jovem quando disseste "sim" ao seu projeto de vida;
eras jovem quando deste decidida, ao seu plano, resposta.
Eras jovem e te abriste a Deus como a flor ao sol;
eras jovem e deixaste Deus entrar livremente em tua tenda;
eras jovem e tuas asas alçaram o vôo até topo;
eras jovem e em tua vida, com Deus, entrou o ritmo de festa.

Teu coração disse: Como poderá ser isto? Como?
Teu coração disse: Eis aqui a escrava do Senhor; eis aqui.
Teu coração disse: Minha alma glorifica o senhor; minha alma.
Teu coração disse: Faça-se me mim segundo a tua Palavra; tua Palavra.
Teu coração disse: Teus caminhos são meus caminhos; meus caminhos.
Teu coração disse: Que queres, Senhor, que eu faça?
Teu coração disse: teu projeto é meu projeto; meu projeto.
Teu coração disse: Me alegro em Deus que me salva.

Obrigado, Maria, por teu coração bom e disponível.
Obrigado, Maria, por teu coração de olhos limpos e puros.
Obrigado, Maria, por teu coração sincero e transparente.
Obrigado, Maria, por teu coração claro e luminoso.
Obrigado, Maria, por teu coração simples e humilde.
Obrigado, Maria, por teu coração cheio de luz e de amor.
Obrigado, Maria, por teu coração aberto ao infinito.
Obrigado, Maria, por teu coração jovem; simplesmente, jovem.

Aqui me tens, em busca de um caminho livre, um caminho de fé.
Aqui me tens, em busca de um projeto de vida.
Aqui me tens, em busca de alguém que eu saiba amar.
Aqui me tens, em busca de sementes de alegria.
Aqui me tens, em busca da paz e do bem.
Aqui me tens, em busca de um caminho de justiça.
Aqui me tens, em busca do rosto do Deus Vivo.
Aqui me tens, em busca da liberdade perdida.

Glória a ti, Maria, casa onde Deus mora!
Glória a ti, Maria, Mãe de Cristo e minha Mãe!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Ilhas ou Arquipélagos!?!

Somos Ilhas, até o momento em que resolvemos abrir mente e coração, e de mãos estendidas, construir pontes com o próximo.
A partir daí formaremos um maravilhoso arquipélago, através do qual poderemos reconhecer e dar a conhecer a magnitude da revelação divina. A ilha revela parte da beleza criada pelo Único Absoluto. Já o arquipélago vai nos mostrar aquilo que não caberia numa ilha isolada. Por isto, construamos pontes com os demais para contribuir na obra da criação e da revelação do Único Absoluto.
(Texto: Ir. Paulo Petry, fsc - Foto: Ir. Roque Amorim, fsc)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Que a Vida nos leve


Irmão Paulo Petry, fsc

"Deixa a vida me levar.
Vida leva eu!
Sou feliz e agradeço
por tudo que Deus me deu"
Composição: Serginho Meriti
Canta: Zeca Pagodinho


Diferentes personagens bíblicos e da história da humanidade poderiam fazer coro com Zeca Pagodinho, quando canta o refrão acima. Ouvindo assim de primeira, alguns poderiam afirmar que o autor desta música parece ser alguém muito passivo, acomodado, esperando que a vida o leve, que tudo aconteça sem envolvimento ou compromisso da parte dele. Contudo, podemos contestar esta afirmação, se lermos com atenção e sob ओutra perspectiva.

Transparece neste pequeno refrão uma grande riqueza, se o nosso filtro for a obediência ao Senhor da Vida e a busca da vontade de Deus em nossa vida. Acreditando que Ele chama a cada um de nós para viver intensamente, testemunhar sua presença no mundo e proclamar o valor maior que nos concedeu - a vida - , é até natural dizer que a vida deve nos levar. Acreditando nas palavras de Jesus Cristo "eu sou o caminho, a verdade e a vida" (Jo 14,6), outra vez devemos dizer: deixa a Vida me levar. Contudo não é qualquer vida que deve nos levar. A vida que nos há de levar seja aquela desejada, defendida e assumida por nosso Salvador: "eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância" (Jo 10,10). Assim, já não podemos dizer que ser levado pela vida seja uma atitude passiva. Querer, como Nosso Senhor a quis, a vida em abundância, é envolver-se na defesa da vida, é cuidar dela com carinho, é buscar condições para que ela possa se manifestar fartamente, em abundância.

Como vocacionados respondemos ao Deus da Vida, e por isso, junto com o refrão "deixa a vida me levar" aceitamos os desafios e os compromissos inerentes ao seguimento de Jesus Cristo. Ele, o Filho amado, em tudo fez a vontade do Pai. Ele, a Vida plena, deixou-se levar pela vontade do autor da vida. Ele, justamente por ser obediente ao Pai, a todo momento mostrava seu envolvimento com os que se aproximavam dele em busca de mais vida. Ele, deixando-se levar pela vida, curou os doentes, devolveu a vista aos cegos, entrou em contato com pecadores e outros desprezados pela humanidade. Acolheu com carinho as crianças, defendeu o estrangeiro e a viúva. Em sua proposta de Reino acolheu todos os seres humanos de boa vontade. Com seu jeito simples, através de gestos, palavras e ações, Jesus louvava o Deus da Vida, e agradecia por tudo o que em sua bondade infinita lhe concedia: "Eu te louvo ó Pai, porque revelaste estas coisas aos pequeninos" (Mt 11,25).

Deixa a vida me levar... Como vocacionados, devemos todo dia colocar-nos nesta disposição, de deixar-nos levar pela Vida, pelo autor da vida, pelo Deus da vida. A cada amanhecer, nossa primeira oração deve voltar-se a Ele para dizer-lhe que o nosso pensar e agir daquele novo dia será consoante com a vontade dele. Nosso primeiro gesto, junto com a oração inicial do novo dia, há de ser então a abertura de coração para compreender sua santa vontade e desta forma melhor responder ao seu chamado. Buscando, pois constantemente a vontade de Deus a nosso respeito, deixando que Ele conduza nosso viver, certamente nossos compromissos diários revelarão ao mundo um pouco mais do rosto divino. Uma vez conscientes da presença de Deus, conscientes de que Ele leva e conduz a nossa vida, saberemos também que já não podemos esperar passivamente as coisas acontecerem. Saberemos que na busca da vontade do Deus da Vida teremos que arregaçar as mangas, comprometer-nos com Ele, isto é, colocar-nos ao seu dispor servindo o próximo.

O serviço ao próximo que somos chamados a assumir como vocação não é o mesmo para todos. Contudo, alguns de nós seguimos Jesus Cristo dentro de uma comunidade, na qual convivemos com pessoas que têm um mesmo ideal, um mesmo carisma e que são inspirados por um gesto, uma atitude ou alguma palavra do Senhor da Vida. Assim temos comunidades religiosas fundadas no decorrer da história para atender determinadas necessidades do ser humano. Comunidades religiosas fundadas para revelar o rosto de Cristo nesta ou naquela realidade. Destacamos aqui o nome de apenas três mulheres e de três homens que, deixando-se inspirar pelo Espírito Santo, fundaram congregações e ordens religiosas para testemunhar os valores do Reino de Deus na História da Igreja e da humanidade. Assim temos: Santa Maria Domingos Mazarello - Fundadora da Congregação Filhas de Maria Auxiliadora; Santa Luiza de Marillac - Co-fundadora da Congregação Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo; Santa Beatriz da Silva - Fundadora das Irmãs Clarissas Concepcionistas; São Domingos de Gusmão - Fundador da Ordem dos Pregadores (Domingos); São Leonardo Murialdo - Fundador da Congregação de São José (Josefinos); São João Batista de La Salle - Fundador dos Irmãos das Escolas Cristãs (Lassalistas).

A Vida Religiosa, através destes Santos e Santas e de muitos outros, revelou e revela traços do rosto de Deus. Através da vida em comunidade, religiosas e religiosos, seguindo as orientações de seus fundadores, procuram revelar o Deus comunhão, o Deus uno e trino - Pai, Filho e Espírito Santo - a perfeita comunidade. Os religiosos e religiosas, testemunhando em comunidade os valores do reino, seguem Jesus Cristo em sua missão, seja ela no campo da saúde, da comunicação social, da educação, seja ela na catequese, na evangelização, ou através de outros tantos serviços pastorais que ajudam a fazer deste mundo um pedaço do céu. Todos estes santos fundadores, estas santas fundadoras de famílias religiosas, certamente buscaram em suas vidas fazer a vontade de Deus. Certamente, em algum momento de seu viver, puderam igualmente cantar o refrão com o qual iniciamos esta reflexão: "Deixa a vida me levar". Todos eles, e todos os santos e santas de Deus (mesmo aqueles e aquelas que não são oficialmente reconhecidos pela Igreja como tal, mas que deixaram suas vidas serem orientadas pelo autor da vida, o Deus da Vida) a Ele rendem graças por toda eternidade. Quem sabe, num coro celestial, reforçado por todos nós que deixamos nossa vida ser levada por Deus, estão a cantar: "Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu".

E Ele nos deu o mundo no qual vivemos, ele nos deu os irmãos e irmãs com os quais convivemos, Ele nos deu a vida, Ele nos deu a vocação. Sejamos dignos destes maravilhosos presentes que Deus nos concedeu. Deixemos nossa vida ser levada por Ele, de modo particular pelas luzes do seu divino Espírito. Façamos como Abraão, nosso pai na fé, que deixando sua terra seguiu rumo à terra prometida, seguiu rumo ao desconhecido, porque o Senhor lhe prometera estar com ele. Abraão recebeu o chamado, respondeu com total confiança e foi abundantemente abençoado (cf. Gn 12,1-9). Abraão lançou-se a caminho, deixou-se levar, entregou sua vida nas mãos de Javé. Abraão é mais um que, se cantor fosse, poderia repetir o refrão "deixa a vida me levar". Entregue nas mãos do Pai, ele foi feliz, foi confiante, foi fiel até o fim, deixou a Vida conduzi-lo.

Concluímos esta nossa reflexão invocando aquela que soube entregar-se sem reservas, sem temor e com total liberdade ao Deus da Vida: Maria. Ao dar o seu Sim a Deus, ao dizer "Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38), ela deixava de lado preocupações com o futuro, deixava de lado as seguranças do passado, e num gesto de total disponibilidade entregava-se a Deus. Também ela poderia reforçar o coro neste momento e cantar: "deixa a Vida me levar". De fato, ela deixou sua vida ser levada por Deus. Deixou-se conduzir pelo Espírito, totalmente entregue àquele que dela nasceria. A Vida, que dela nasceu, é a vida que redimiu o mundo, é a vida que venceu a morte, é vida que faz a nossa ter sentido. Por isto repetimos: "deixa a Vida me levar". Façamos a nossa parte. Entreguemo-nos nas mãos do Deus da Vida, como o fez Maria nossa mãe, para que tal como sucedeu com ela também em nós, através de nós e por nós o autor da vida possa realizar grandes maravilhas. É claro, voltamos a repetir insistentemente, tudo isto só será possível se nos entregarmos sem restrição a Ele. Em outras palavras, significa fazer a santa vontade de Deus, lá onde Ele nos enviar: no mundo da educação, da ação social, da comunicação, da saúde, da evangelização, ou outro campo qualquer em que a ação fraterna e solidária seja uma urgência. Os diferentes campos de ação são justamente o que diferenciam as diversas Congregações e Ordens Religiosas. O que as une e identifica é a fraternidade, a vida em comunidade, o apego e o amor ao Deus da Vida. E isto já o proclamava no Antigo Testamento o Salmista "Vosso amor vale mais do que a vida, isto é, se nos deixarmos levar pelo amor radical ao Senhor, sem dúvida, a nossa vida vai ter pleno sentido porque estrá agarrada a Ele" (cf. Sl 63[62] 4,9). Este deixar a Vida nos levar, implica ação, implica compromisso com o próximo, implica entregar a nossa vida sem reservas, sem temor, com total disponibilidade, com muita confiança, com uma fé madura. Respondendo ao chamado de Deus desta forma, diremos a tantos outros: "deixa a Vida te levar". Assim já não seremos apenas um coro a cantar, mas formaremos uma bela sinfonia, alegre, harmoniosa e infinita que proclamará por todo o universo: "Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me fez"!